“Ninguém pode estar na flor da idade, mas cada um pode estar na flor da sua própria idade.” (Mário Quintana).

“Há amor suficiente para todos, à medida que começamos a manifestá-lo em pensamentos, comportamentos e em sentimentos, e o mesmo se aplica para a sexualidade. Ela pode se manifestar em todas as idades e cada pessoa tem uma maneira própria de expressar sua sexualidade. O amor e a vivência da sexualidade podem significar muitas coisas boas para pessoas de mais idade. É uma oportunidade de expressar carinho, afeto, admiração por alguém; é auto-afirmação de si, de seu corpo, auto-estima elevada, bom humor, melhor qualidade de vida.

Dessa forma, esses elementos servem para rejuvenescer, não de forma utópica, mas por se tornarem presentes e vivificarem o cotidiano daqueles que estão abertos para tais situações e para uma vida de maior qualidade. É preciso ter a percepção da diferença existencial entre “ser idoso e sentir-se idoso”. É necessário, também, rechaçarmos a imagem estereotipada que a sociedade, ou mesmo a mídia, nos impõe a respeito da velhice, como se com o passar dos anos, o amor, a expressão do desejo e a manifestação das diversas sexualidades acabassem.

Para quem se fecha, incapaz de se transformar ou evoluir, restam apenas a solidão e o vazio. Mesmo pessoas que nunca se casaram, ou nunca tiveram uma vida sexual plena, podem e devem procurar parceiros para iniciar uma relação, pois “amor e sexo sempre estão presentes para serem redescobertos, intensificados ou mesmo apreciados pela primeira vez, não importando a idade que se tenha” (Butler & Lewis10, 1985).

Por último, deve-se evitar pensamentos saudosistas, que muitas vezes servem para estereotipar as pessoas de terceira idade, paralisando suas ações e as possíveis e indispensáveis contribuições do idoso à sociedade. Isto acontece quando os dias da juventude são lembrados como um tesouro perdido, de tal forma que o idoso vive imerso numa vivência de juventude que se deseja eterna. Hoje, com o aumento da população idosa no mundo, o progresso social e científico, a longevidade e a maior expectativa de vida, o saber envelhecer bem se tornou fator primordial para viver plenamente de forma a se ter uma vida saudável, adaptada e feliz.”

Conclusão do artigo “Envelhecimento, amor e sexualidade: utopia ou realidade?” de Thiago de Almeida e Maria Luiza Lourenço (Scielo)

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