Comissão aprova institucionalização diurna de idosos

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Proposta permite a entidades que desenvolvem programas com idosos a oferta desse serviço
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que permite a entidades que desenvolvem programas de internação de idosos oferecer também programas de “institucionalização-dia”, limitados aos períodos da manhã e tarde.

O Projeto de Lei 10284/18, do Senado Federal, recebeu parecer favorável do relator, deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO). Ayres argumentou que a Constituição Federal consagra, como fundamento, a dignidade da pessoa humana, e também estabelece que “a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhe o direito à vida”.

Durante a discussão do projeto, o deputado Alencar Santana (PT-SP) destacou que, com a institucionalização-dia, os vínculos familiares poderão ser mantidos. “À noite os idosos vão poder voltar às suas famílias para manter o convívio familiar, o laço. Ao mesmo tempo, o texto garante que, durante o dia, fiquem nesse centro de convivência. Considero a matéria importante, singela, mas de um forte significativo”, defendeu o parlamentar.

A proposta, que altera o Estatuto do Idoso, foi analisada em caráter conclusivo e poderá seguir para sanção presidencial, a menos que haja recurso para votação pelo Plenário da Câmara.

Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o abandono de idosos cresceu 855% em 2023, sendo o maior aumento registrado pela pasta entre vários outros tipos de violação contra idosos, como negligência, violência psicológica e violência física.

A advogada Gabriela Küster, especialista em Direito de Família, atribui esse registro de aumento a dois fatores: mais denúncias e o isolamento agravado pelas tecnologias.

“Acredito que o índice de abandono sempre foi alto, mas com a ampliação do acesso à informação, aumentou muito o número de denúncias. Os meios tecnológicos modernos, por sua vez, também contribuíram para esse distanciamento. Nessa era da comunicação instantânea, muitos acreditam que basta uma ligação ou uma mensagem, mas quando se fala em idoso ou criança, é preciso estar presente fisicamente”, pontuou Gabriela.

 Agência Câmara de Notícias

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