Ao contrário do que muitos pensam, não é a positividade que nos torna mais longevos, segundo especialista em psicologia
A quantidade de pessoas que passa dos 100 anos de idade nos Estados Unidos dobrou na última década, conforme reporta o site CNBC. O curioso é que muitos centenários atribuem sua longevidade a uma atitude positiva diante da vida. Ruth Sweedler, por exemplo, que completou 103 anos, disse em entrevista que sempre foi elogiada por essa qualidade. “Quando eu entrava na sala de aula, minha professora dizia: ‘Bom dia, raio de sol!’ Porque eu estava sempre muito alegre”, afirma. Já Roslyn Menaker, também de 103 anos, diz que “felicidade, alegria, gratidão e uma perspectiva positiva” são a razão da longa vida.
Embora idosos como elas acreditem que o fato de serem positivos desempenha papel importante na longevidade, a relação entre personalidade e envelhecimento é menor do que se pensa. É o que explica David Watson, professor de psicologia da personalidade na Universidade de Notre Dame (EUA). “Acho que os efeitos de apenas ser positivo são exagerados”, diz. Segundo ele, organização e disciplina parecem estar mais relacionadas à longevidade, de acordo com a ciência.
Ele acrescenta que, apesar disso, a atitude positiva diante da vida não deve ser ignorada por quem quer viver mais tempo. Ela pode ter um papel na longevidade, especialmente quando se trata de enfrentar situações estressantes. “Pessoas psicologicamente saudáveis se recuperam mais rápido”, diz. “Elas são capazes de dizer a si mesmas: ‘Isso não é grande coisa’, e encontram maneiras de voltar ao equilíbrio”, ensina. Portanto, de acordo com o professor, levar um estilo de vida saudável conseguir se recuperar das dificuldades pode ser um bom caminho para uma ter vida mais longa e satisfatória.