Custos da pandemia foram repassados para os idosos

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Um estudo conduzido pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas) revela que o custo médio das internações hospitalares teve um salto de 40% entre 2019 e 2022, passando de R$ 6 mil para R$ 10 mil – com um pico de R$ 24 mil em 2021. As internações de idosos foram a principal causa. O custo médio de hospitalização de uma pessoa com mais de 60 anos ultrapassa o dobro de alguém entre 24 e 28 anos. Foram analisados os dados das 46 operadoras ligadas à entidade.

O oscilação acima da inflação do setor foi fruto de particularidades. Durante a fase mais aguda da covid, em 2021, os atendimentos menos complicados foram abandonados em função do risco de contágio. Como só ficaram internados os pacientes que demandavam cuidados mais extremos, os custos subiram desproporcionalmente.

Em 2019, de cada R$ 100 recebidos pelas operadoras, R$ 94 eram direcionados para despesas médicas e assistenciais. Em 20022, esse valor atingiu R$ 98. Há a possibilidade de retorno a patamares mais baixos, porém o perfil etário dos planos de saúde exerce pressão contrária nas operações – e no bolso dos conveniados.

Brasil 2050

A pesquisa revela que o índice de envelhecimento do público, medido pela proporção entre aqueles com mais de 80 anos em comparação com o de menos de 14, nunca foi tão acentuado, chegando a 304,13 nas operadoras menores, com até 20 mil beneficiários. Nas autogestões com mais de 100 mil atendidos, atinge 146,46.

“Sabemos que os idosos demandam um cuidado maior. Como temos dentro das autogestões a realidade etária que o Brasil experimentará em 2050, fica o alerta para o sistema de saúde como um todo: os custos com internações irão onerar de maneira significativa os sistemas de saúde público e privado”, explica Anderson Mendes, presidente da Unidas.

As doenças do sistema circulatório lideraram as causas de internações, representando cerca de 10% do total. Em contrapartida, transtornos mentais e comportamentais, que chegaram a representar 9% no auge da pandemia, caíram para 6%.

Variações regionais para cima também ficaram evidentes. Nos quatro anos analisados, o custo médio das consultas na região Sudeste teve aumento expressivo de 14%, o maior registrado no país. Já os exames tiveram maior reajuste no Centro-Oeste, com 4,17%.

 

Terceira idade puxou em 40% os custos das internações privadas

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