Descobrindo emoções no rosto envelhecido

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Os resultados mostraram que o envelhecimento afeta o processamento facial e emocional, em consonância com estudos anteriores. Em comparação com os mais jovens, os idosos ativam recursos neuronais adicionais durante a visualização de expressões faciais de emoção (alegria, tristeza e nojo), bem como de estímulos não-faciais. Além disso, há uma dificuldade maior em identificar as emoções justamente naqueles que costumam ser os mais chegados aos idosos: outros idosos.
A idade altera o modo como nossos cérebros processam o reconhecimento dos rostos das outras pessoas, e essa dificuldade parece ser maior quando se trata da identificação de emoções de rostos de pessoas mais velhas.

Inferir as emoções dos outros a partir dos seus rostos e de suas expressões é um elemento importante para nossas interações sociais.

Já se sabe que, em qualquer idade, o isolamento social pode ter implicações negativas no bem-estar. E, na faixa etária dos idosos, os efeitos da baixa interação social podem ser ainda mais prejudiciais, uma vez que se sabe que os idosos com relações sociais mais fortes têm menos probabilidade de declínio nas funções cognitivas do que seus pares socialmente isolados.

Como já foram feitos inúmeros sobre o papel que o processamento facial pode ter na saúde e no bem-estar dos idosos, Carina Fernandes e seus colegas da Fundação Bial (Portugal) decidiram então comparar como a identificação de emoções faciais varia ao longo da idade. Para isso, eles convocaram voluntários jovens, de meia-idade e idosos e os colocaram para realizar tarefas de identificação de emoções no rosto de desconhecidos, ao mesmo tempo em que esses voluntários passavam por exames de eletroencefalograma (EEG).

Dificuldade em detectar emoções

De fato, os resultados mostraram que o envelhecimento afeta o processamento facial e emocional, em consonância com estudos anteriores. Em comparação com os mais jovens, os idosos ativam recursos neuronais adicionais durante a visualização de expressões faciais de emoção (alegria, tristeza e nojo), bem como de estímulos não-faciais.

Além disso, há uma dificuldade maior em identificar as emoções justamente naqueles que costumam ser os mais chegados aos idosos: outros idosos.

“Esses resultados têm implicações sociais importantes e sugerem que o envelhecimento pode dificultar o processamento neural de expressões faciais de emoção, especialmente para colegas da mesma idade,” escreveu a equipe.

Redação do Diário da Saúde

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