Em 6 décadas de carreira, vocalista dos Rolling Stones se tornou sinônimo de rock’n’roll
A festa de aniversário, para a qual o cantor alugou o Chelsea Physic Garden, um jardim botânico em Londres, onde recebe à noite seus mais de 300 convidados, entre os quais a noiva Melanie Hamrick (coreógrafa, de 36 anos de idade), Keith Richards, Ronnie Wood (o outro guitarrista sobrevivente dos Stones) e Bill Wyman. Dizem por aí que não tem hora para acabar.
“O tempo não espera por ninguém — exceto Mick Jagger!”, brincam os artigos sobre o cantor à beira da octogenareidade. Ele despontou para o estrelato numa época em que seus colegas do Who cantavam “espero morrer antes de ficar velho” (“My generation”) e o lema (atribuído ao ator James Dean, de “Juventude transviada”) era “viva rápido, morra cedo e deixe um cadáver bonito”. O rock era, então, a promessa (póstuma) da eterna juventude, inacessível aos que apresentam os primeiros sinais do declínio físico. Jagger chegou para mudar essa escrita.
As passagens de Mick Jagger pelo Brasil
Em 2013, num texto para o GLOBO sobre os 70 anos do cantor, Tony Bellotto, guitarrista dos Titãs, aventou a hipótese de que o inglês fosse uma espécie de Dorian Gray dos nossos tempos — em alguma de suas mansões existiria um retrato cujas feições envelhecem enquanto o homem seguia “exalando jovialidade e testosterona adolescente”. Aos 80, é inútil “esconder” as rugas. Mas graças ao DNA (seu pai viveu até os 93 anos), a dietas e a exercícios, e aos avanços da medicina (acessíveis a quem, como ele, tem toda uma fortuna), Jagger consegue, mesmo depois de ter operado o coração em 2019, cantar e dançar sem perder o fôlego e tocar o circo dos Stones.
É assustador pensar que, desde que Mick Jagger fez 70, partiram deste mundo David Bowie, Lou Reed, Prince, Tina Turner, Chuck Berry, Jerry Lee Lewis e até mesmo Charlie Watts, o pacato baterista dos Stones. Com Keith Richards (que completa 80 anos em 18 de dezembro e certamente irá sobreviver à Humanidade e às baratas), ele prepara o lançamento de um álbum de inéditas do grupo (o primeiro desde “A bigger bang”, de 2005), com as participações do beatle Paul McCartney e do ex-baixista dos Stones, Bill Wyman, de 86 anos. Um disco que deve levá-los aos palcos, onde, desde 1980, já arrecadaram a cifra de US$ 2,1 bilhões.