Morte de idosos por calor cresceu 85% desde 1990

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Artigo do The New York Times publicado no Estadáo Digital de hoje. Um Alerta

Exposição ao calor e consequentes perdas de produtividade ou incapacidade de ação levaram a perdas de U$ 863 mi em 2022

As mudanças climáticas continuam a ter um impacto agravado na saúde e na mortalidade em todo o mundo, de acordo com um relatório publicado anteontem, por uma equipe internacional de 114 pesquisadores. Uma das descobertas mais contundentes é de que as mortes relacionadas com o calor de pessoas com mais de 65 anos aumentaram 85% desde a década de 1990, de acordo com modelos que incorporam alterações demográficas e de temperatura. As pessoas nesta faixa etária, juntamente com os bebês, são especialmente vulneráveis a riscos para a saúde, como a insolação.

À medida que as temperaturas globais aumentaram, as pessoas idosas e as crianças estão agora expostas ao dobro do número de dias de ondas de calor anualmente do que estavam entre 1986 e 2005. Só nos EUA, estima-se que 23.200 morreram em 2022 pela exposição ao calor extremo.

VALOR. O relatório, publicado na renomada revista científica The Lancet, também rastreou a perda estimada de renda e a insegurança alimentar. Globalmente, a exposição ao calor extremo e as consequentes perdas de produtividade ou incapacidade de trabalhar podem ter levado a perdas de rendimento de U$ 863 milhões em 2022. E, em 2021, estima-se que mais de 127 milhões de pessoas sofreram de insegurança alimentar moderada ou grave ligada a ondas de calor e secas, em comparação com o período de 1981 a 2010.

“Perdemos anos muito preciosos de ação climática e isso teve um custo enorme para a saúde”, disse Marina Romanello, pesquisadora da University College London e diretora executiva do relatório, conhecido como The Lancet Countdown. “A perda de vidas e o impacto que as pessoas experimentam são irreversíveis.”

Os indicadores de saúde pública acompanhados no relatório, em geral, diminuíram ao longo dos nove anos em que os investigadores produziram edições da avaliação.

Os investigadores salientam que os sistemas de saúde e outras infraestruturas sociais das quais os cuidados de saúde dependem não se adaptaram com rapidez suficiente ao nosso atual nível de aquecimento global. “Se não conseguimos lidar com a situação hoje, é provável que não consigamos lidar com a situação no futuro”, disse Marina Romanello.

O relatório deverá ser discutido no encontro anual das Nações Unidas sobre o clima nos Emirados Árabes Unidos, que começa no fim do mês e incluirá uma maior ênfase na saúde humana. •

Em 2021, estima-se que mais de 127 milhões sofreram de insegurança alimentar moderada ou grave.

The New York Times no Estadao

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