No verão, passe um fim-de-semana inesquecível em Punta Del Este

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Depois de dois anos de pandemia, embarquei para Porto Alegre no início do ano para encontrar uma amiga. O objetivo não era desbravar a capital gaúcha, mas embarcar em uma aventura de carro até o Uruguai, a cerca de 500 quilômetros dali, no melhor estilo Thelma e Louise (mas sem a parte do penhasco).

Principal balneário do Uruguai, Punta Del Este era o principal destino de nossa viagem. A cidade cabe perfeitamente em uma escapada de fim de semana, especialmente para quem está em Montevidéu. Há quem arrisque um bate-volta (afinal, são pouco mais de 2 horas de distância e diversas empresas oferecem passeios de um dia), mas Punta merece mais tempo, especialmente se sua viagem, como a nossa, for no verão. É entre o Natal e o carnaval que Punta vira sinônimo de agito, com seus paradores à beiramar, festas e restaurantes sempre lotados. Por causa da demanda, se você pretende ir para lá no verão é melhor se programar desde já.

Não quer dizer que Punta não mereça ser desbravada em outras épocas do ano. Embora sem o mesmo clima de festa e sem os paradores (que só abrem no alto verão), a cidade tem, sim, atrações que podem ser visitadas o ano todo. Especialmente para quem quiser tentar a sorte nos cassinos.

Na alta temporada, companhias aéreas podem abrir voos diretos entre São Paulo e Punta. Por enquanto não há nada confirmado, por isso a melhor opção para quem não for de carro, como fizemos, é viajar até Montevidéu e alugar um carro para ir até Punta. Dessa forma, você ganha tempo e mobilidade. •

Roteiro combina praia, vinícola e cartões-postais de Punta del Este

Assistir ao pôr do sol é programa imperdível, seja à beira-mar, nos dias quentes, ou na Casapueblo, o ano todo.

Confira um roteiro para fazer em Punta del Este com chegada na sexta-feira à noite e volta no domingo à tarde.

SEXTA-FEIRA. Chegando a Punta na sexta-feira à noite, aproveite para conhecer algum dos cassinos da cidade, como o Enjoy Punta del Este (antigo Conrad). Ao todo, são 542 slots (máquinas caça-níqueis) e 75 mesas de jogo. Se não quiser tentar a sorte nas fichas, mas estiver no pique para curtir a noite, a boate OVO, também no hotel, funciona o ano todo – mas saiba que a noite começa tarde por lá, depois da meia-noite. A programação, com festas especiais, DJ e shows, pode ser conferida no Instagram @ovopuntadeleste.

Alguns restaurantes de Punta fecham fora de temporada. Casas no centro e nos hotéis são mais garantidas. O Lo de Tere é um local clássico, que abre de quinta a sábado (no domingo, apenas no almoço). Se quiser passear pelos sabores da casa, escolha o menu de sete passos, do mar ou da terra, por US$ 80 por pessoa.

SÁBADO. Na alta temporada, a orla fica tomada de guarda-sóis, tanto de moradores quanto de hotéis e paradores, que abrem depois das 10h. Chegue cedo para conseguir um bom lugar na praia – alguns bares aceitam reservas. A Playa Mansa, onde ficam o Enjoy e o OVO Beach Club, tem uma boa faixa de areia e muitas conchinhas. Entrar na água geladíssima exige coragem, mas no alto verão o refresco é necessário.

Na Brava fica a escultura La Mano, ou Los Dedos, cartãopostal da cidade. A areia ali é mais fofa e confortável, mas o mar é agitado. Entre os paradores para você se instalar por ali estão o Miá Bistrô e o Parada 30. Já La Barra tem uma orla extensa, que vai de La Posta a Bikini, com diversas opções de bares e atividades de praia.

Vá à praia pela manhã para se recuperar da viagem no dia anterior. Almoce no próprio parador onde você se instalar – eles capricham nos sanduíches, drinques e porções com a cara do verão. Dessa forma, você ganha tempo para curtir.

Uma boa maneira de explorar a orla de Punta Del Este é de bicicleta. Alguns hotéis oferecem magrelas para seus hóspedes, mas também é possível alugar bikes ou fazer um tour guiado com empresas locais. Embora o trecho de ciclovias seja pequeno, pedalar é seguro e oferece a liberdade de parar quantas vezes desejar para fotos. A cidade é essencialmente plana, o que torna tudo mais prazeroso.

Percorremos da Playa Mansa à Brava – ao todo, cerca de 8 km, ida e volta. No caminho, paramos no Porto, onde barracas vendem peixes frescos e frutos do mar. Com sorte, você também pode avistar leões-marinhos por ali, esperando pelos restos de peixes descartados pelos comerciantes.

Para dar mais disposição, antes de seguir nosso trajeto tomamos um sorvete na Gelateria Il Porto. Ali, são mais de 40 sabores de gelato artesanal. Se quiser embarcar no clima local, escolha uma das cinco opções de doce de leite. Custam a partir de 130 pesos (R$ 17).

Seguindo pela orla, é possível chegar até Punta de La Salina, o ponto mais austral da cidade, onde o Rio da Prata se encontra com o Oceano Atlântico.

Na volta, escolha um lugar para assistir ao pôr do sol. Durante a temporada, a pedida é parar num dos paradores para apreciar a natureza com um drinque em mãos. Em outras estações, escolha algum dos restaurantes das Ramblas Claudio William e General Artigas.

Outra opção para curtir o fim de tarde é a Casapueblo. A casa e ateliê do artista plástico uruguaio Carlos Páez Vilaró (19232014), de arquitetura única, é repleta de esculturas e pinturas feitas por Vilaró ao longo dos anos. O tour para ver o pôr do sol dali é o mais disputado – tem até poesia recitada para o astro-rei. Dica: o restaurante tem um ótimo custo-benefício.

DOMINGO. Antes de partir, que tal levar uns vinhos para casa? A dica é visitar as vinícolas da região, como a Bodega Garzón, a uma hora de Punta. O tour com degustação sai às 11h e às 15h, e custa 1.200 pesos por pessoa (R$ 150; reserve com pelo menos um dia de antecedência). Mais próxima, a Bodega Alto de La Ballena está a 15 km da costa e realiza eventos temáticos ao longo do ano. As experiências com degustação começam em 2 mil pesos (R$ 263). Outro programa interessante é o Museu Rallí, no bairro de Beverly Hills. O espaço de 6 mil m², circundado por um bosque, é repleto de obras de artistas sul-americanos. A entrada é gratuita. •

Duas rodas

A boa maneira de explorar a orla é de bicicleta. Pode-se alugar, mas há hotéis que oferecem as magrelas

O Estado de S. Paulo/ ADRIANA MOREIRA

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