Ele Envelhece Bem: Pepeu, 70 anos

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Herói brasileiro da guitarra elétrica, colorido astro pop com muitos sucessos de rádio, eterno novo baiano, masculino e feminino, Pedro Anibal de Oliveira Gomes chegou, no último dia 7, aos 70 anos de idade. “A ficha não caiu ainda”, admite Pepeu, esse pai e avô que não abdica, há pelo menos seis décadas, dos seus longos e negros cabelos (“foi o presente que Deus me deu, de não ficar careca apesar de ter vários carecas na família”). O mundo mudou, a música mudou, mas ele ainda se sente como aquele garoto de 17 anos que subiu ao palco do teatro Castro Alves, em Salvador, com a missão de acompanhar Caetano Veloso e Gilberto Gil no show “Barra 69” .

— Eu continuo vintage. Gosto de fio, de volume alto, de ter vários amplificadores… e ainda tenho também umas cento e poucas guitarras. Cada vez que eu olho para trás, vejo que valeu a pena e que começaria tudo de novo, do mesmo jeito — resume Pepeu Gomes, em entrevista por Zoom.

O aniversário foi comemorado apenas “com reunião familiar”, porque uma celebração maior, com a presença do público, está sendo preparada: dia 9 de abril, ele estreia no Noites Cariocas do Morro da Urca o show “140 graus”, com o qual vai percorrer o Brasil ao lado da ex-mulher e mãe de seis dos seus filhos, Bernadete Dinorah de Carvalho Cidade, a Baby do Brasil.

Separados desde o fim dos anos 1980, eles voltaram a se encontrar no palco em 2015, pelas mãos do filho Pedro Baby, em show no Rock in Rio. Agora, no ano em que também Baby completa 70 anos (em 18 de julho), os dois somam idades e temperaturas num show para reviver todos os hits da dupla.

— Com o Rock in Rio, aproveitamos para fazer uma reaproximação familiar. Tinha tempo que a gente não se falava, tempo em que não encontrava os filhos direito porque todo mundo estava sempre trabalhando, viajando muito. Voltamos a ser uma família sem desavenças, sem brigas. Discordar faz parte da vida, mas quando se é turrão, fica mais complicado. A idade limita um pouco o entendimento — explica Pepeu, sem entregar quem era o turrão da relação. — A gente conseguiu trabalhar em nossas cabeças essa pequena marrentice que a gente tinha. Hoje a gente se fala praticamente todo dia e tem o envolvimento do trabalho. Pusemos uma pedra em cima de toda água suja que passou por nossas vidas. Hoje somos água limpa, cristal total.

O Globo

 

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