Políticas públicas para um envelhecimento digno

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A participação dos idosos nas eleições é essencial para que eles possam cobrar a implantação de políticas públicas para essa faixa etária. O alerta foi dado pelos participantes de audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados, realizada na última quarta-feira (8).

O Secretário Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do governo federal, Antonio Costa, afirmou que faltam políticas públicas para o segmento nos estados e municípios. Ele acrescentou que os orçamentos governamentais destinam poucos recursos a esse público.

Outra campanha, dessa vez em parceria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o Tribunal Regional Eleitoral do Pará, foi destacada pela secretária-geral da presidência do TSE, Christine Peter. O slogan é “Todo Voto Importa”.“Nós não podemos falar de uma cidadania, de uma democracia plena, da construção plural, da construção de tolerância e de paz nas eleições se não chamamos, se não acolhemos, se não temos a presença da pessoa com mais de 70 anos no dia das eleições”, afirmou.

Voto crítico X Voto econômico

Violência, pobreza, corrupção, serviços precários de saúde e educação: todos são problemas graves que afetam a vida de grande parte dos brasileiros, mas qual deles está mais presente na cabeça do eleitor quando ele entra na cabine de votação pode ser determinante para os rumos da eleição presidencial.

Segundo Antônio Lavareda, presidente do conselho científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), aquela foi, no jargão da ciência política, uma “eleição crítica”, ou seja, fora da curva, o que abriu espaço para um candidato radical, Jair Bolsonaro, romper a antiga polarização entre PT e PSDB.

“Havia crise econômica, polarização ideológica e um fato super importante: a Lava Jato. A operação decidiu o mood (o humor) daquela eleição. Abriu as portas para a chegada do outsider. Isso ocorreu na vitória de Jair Bolsonaro, mas também na eleição do Congresso, em que o PSL (partido até então nanico pelo qual Bolsonaro se elegeu) fez uma enorme bancada”, lembra Lavareda.

Pesquisas da ciência política indicam que na maioria das vezes é o bolso que tem maior peso na decisão de voto, explica à BBC News Brasil Daniela Campello, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pesquisadora do Wilson Center em Washington, think tank sediado nos Estados Unidos.

Há quatro anos, eleitores entrevistados por institutos de pesquisa respondiam que a corrupção era o maior problema do Brasil. Naquele momento, os partidos políticos tradicionais estavam fragilizados pelo impacto da Lava Jato, mega operação que revelou grandes desvios de recursos na Petrobras durante o governo da petista Dilma Rousseff (2011-2016).

Quatro anos depois, as pesquisas mostram o retorno do “voto econômico”.

Pesquisa do Ipespe realizada em maio deste ano perguntou aos entrevistados qual tema consideravam mais importante para ser tratado pelo próximo presidente no início do governo. Inflação ficou no topo com 26% de menções. Somando todos os temas econômicos (além de inflação, desemprego, fome/miséria e salário), essa área aparece como maior preocupação de 49% dos eleitores ouvidos.

 

Agência Câmara de Notícias e BBC Brasil

 

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