Que bom, ele teve uma amiga!

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Amiga de cartas ajudou inocente na prisão por 28 anos

A correspondência regular com a professora Ginny Schrappen deu esperança a Lamar Johnson

 

Quando um juiz do Estado americano do Missouri anulou a condenação de Lamar Johnson por assassinato em primeiro grau, a primeira coisa de que ele se lembra é de se sentir mais leve. “Parecia que o peso de 28 anos estava sendo retirado lentamente”, disse Johnson, de 49 anos, que passou 28 deles atrás das grades por um assassinato que não cometeu.

Johnson sempre negou seu envolvimento na morte de Marcus Boyd, de 25 a|nos, em 1994 – que era um de seus amigos mais próximos. Entre seus apoiadores no tribunal na sua audiência final, alguém se destacou: sua amiga por correspondência por mais de 20 anos, que sempre acreditou em sua inocência.

Ao ouvir a ordem do juiz, a professora Ginny Schrappen, de 80 anos, pulou de sua cadeira no tribunal de St. Louis e se juntou a outros vibrando de alegria. Schrappen esteve presente na maioria das audiências de Johnson, enquanto ele lutava por quase três décadas para defender sua inocência.

Embora Johnson tenha dito que estava com sua então namorada quando Boyd foi morto, a única testemunha identificou Johnson como um dos atiradores, e ele foi condenado à prisão perpétua.

Em 1996 e 2002, os homens responsáveis pelo assassinato de Boyd confessaram o crime e alegaram que Johnson não estava envolvido. Mesmo assim, ele permaneceu na prisão e perdeu vários recursos.

Enquanto definhava em uma cela, receber cartas regulares de Schrappen – uma professora aposentada em St. Louis – foi a tábua de salvação para Johnson. Ao contrário de outros, ela nunca duvidou de sua inocência. “Não sei como explicar o quanto isso foi valioso”, disse Johnson.

PERDIDO E SOLITÁRIO. Johnson e Schrappen tornaram-se amigos por correspondência por acaso. Quando eles se conectaram pela primeira vez, Johnson estava preso havia alguns anos e se sentia perdido e solitário. Mesmo não sendo particularmente religioso, ele começou a escrever cartas para as igrejas, “procurando alguém que pudesse” dar a ele apoio e amizade.

Uma carta acabou nas mãos de Schrappen. Como professora, ela notou “suas habilidades linguísticas”. “Eu pude ver imediatamente como ele era inteligente”, disse a professora.

Ela respondeu à carta de Johnson, apresentando-se e compartilhando alguns detalhes superficiais. Johnson ficou emocionado ao receber uma resposta. “Daquele ponto em diante, nós apenas escrevemos e ela se tornou uma fonte de apoio para mim”, disse Johnson.

Depois de vários anos se correspondendo, a dupla começou a trocar telefonemas ocasionais e, eventualmente, visitas pessoais, geralmente com outros dois membros da congregação. “Eles se tornaram uma família substituta.”

Johnson está livre graças a seus advogados e ao Innocence Project, um a organização que apoia pessoas condenadas injustamente.
Estadão 

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