Um resumo do prefácio do e-book da Fiocruz

Autor(a):

É do Dr. Alexandre Kalache, disponibilizado através do coletivo “Velhices Cidadãs”.

“A conclusão é clara. Mulheres vivem mais que os homens, mas sofrem muito mais de doenças crônicas que levam a dependência e perda de qualidade de vida – como já indicado por Ana Amélia. Cuidam de seus parceiros, geralmente mais velhos que elas, e terminam a vida sós, necessitando de cuidados, sem saber se vão poder com eles – sobretudo as que tiveram menos filhos ou nenhum. Novamente a questão gênero e cuidado, já apontada em outros capítulos, se evidencia.

Dália e Leo concluem que o perfil epidemiológico do Brasil indica a precariedade da vida de milhões de brasileiros e brasileiras, que já chega à ‘velhice’ com um acúmulo de doenças crônicas, vivendo em condições precárias. Muito embora o país disponha de instituições fundamentais para o enfrentamento dos desafios decorrentes, como um SUS público e universal, o sucesso de nossas pretensões, firmadas em acordos internacionais, leis e na própria Constituição, dependerá de uma mudança no caminho que temos seguido em anos recentes….a garantia de um envelhecimento saudável da população brasileira dependerá de um resgate e um aprofundamento de nossa seguridade social, com ações que extrapolem o âmbito da saúde e consigam garantir condições de vida digna de acordo com a complexidade de cada cidadão…a tragédia social, derivada não da Covid-19, mas do desmonte do aparato e da capacidade estatal, mostra-nos que envelhecer no Brasil tem sido perigoso.”

 

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