Em 1º. de outubro, comemora-se o Dia Internacional da Pessoa Idosa. Será a véspera do primeiro turno das eleições, por isso aproveito para tratar de uma questão que vem sendo relegada ao segundo (ou seria quinto?) plano: as políticas públicas voltadas para o envelhecimento ativo dos cidadãos. Não estou sozinha na empreitada. Pedi a contribuição de estudiosos do assunto e começo pelo médico e gerontólogo Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR), que também dirigiu o Departamento de Envelhecimento e Curso de Vida da Organização Mundial da Saúde. “Há 35 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais e estamos envelhecendo num cenário de enorme desigualdade”, analisa, propondo cinco eixos de ação:
- Políticas públicas centradas numa perspectiva de direitos para o grupo que mais cresce no país e alinhadas com o compromisso com a “Década do Envelhecimento Saudável” (2021-2030) da OMS;
- Fortalecimento do SUS e investimento no campo da gerontecnologia para promover a saúde e gerar empregos;
- Representatividade dos mais velhos nas discussões políticas através da sua participação em conselhos e estímulo a estados e municípios para ampliar a rede de cidades amigas da pessoa idosa;
- Programas de incentivo que garantam proteção social, aprendizado contínuo e acesso ao mercado de trabalho para os idosos;
- Combate à discriminação etária, dando visibilidade à diversidade das velhices.
Compacto do conteúdo
Políticas públicas para a velhice: o que se espera do próximo governo