Aprendendo a Envelhecer _ voltar ao “Quarto de Jack”

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Dois filmes ficarão no diário como marcos da quarentena, que já dura mais de 730 dias. É a minha primeira tragédia planetária. O “Quarto de Jack” me entristeceu, senti claustrofobia mas revivi com o happy end. Apesar da circunstância de aprisionamento, Jack e sua mãe venceram. Jack comemorou aniversários, sua mãe alimentou sua fantasia com histórias. E a educação da criança aconteceu. Jack cresceu. E  a mãe o treinou para escapar e pedir ajuda. Happy end.

Tenho percebido que também “cresci” no isolamento. Algumas coisas foram transformadas sem perceber. Arrumar o quarto todo dia, resolver o espaço do armário que era um teorema em mandarim. Comecei a lavar a louça todo dia. Fui diminuindo o meu ritmo naturalmente. Com sofrimento. Com angústia controlada, aprendi que sempre (SEMPRE) precisarei “acertar o relógio”: atualizar memórias, lutar com preconceitos e rever impressões.

O outro filme que me ensinou foi “Procura-se um amigo para passar o fim do mundo”. Vi, revi, revi, vi. Passei maus momentos mas o filme me encheu de ternura pelos amigos.  Deu esperança quanto  a possibilidade de encontros incríveis em circunstâncias aterrorizantes. E diminuiu meu medo da morte.

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