Brasil _ em quatro anos, o número de idosos inadiplentes aumentou 34,7%

Autor(a):

Economia fraca com juros e inflação em alta levou pessoas acima dos 60 anos para o crédito consignado, comprometendo a renda para as contas básicas

Em números absolutos, os idosos não são a maior fatia dos inadimplentes. Num universo de 71,4 milhões de brasileiros que estavam nessa condição em abril deste ano, eles somavam 12,8 milhões (ou 17,9% do total). Mas o grupo foi ampliado em 3,3 milhões de inadimplentes nos últimos quatro anos.

A população de inadimplentes idosos cresceu nos últimos quatro anos em ritmo superior ao das faixas etárias mais jovens e à média de todos os brasileiros. O contingente acima dos 60 anos que deixou de pagar as contas básicas foi turbinado pela inflação acima da meta, pelos juros nas alturas e pela atividade econômica fraca — que leva os mais velhos a buscar crédito para socorrer familiares nas despesas do dia a dia.

Entre abril de 2019 e abril deste ano, o número de idosos inadimplentes aumentou 34,7%, enquanto a média da população avançou 12,9%, apontam dados da Serasa Experian, empresa especializada em informações financeiras. No mesmo período, o volume de pessoas negativadas entre 41 a 60 anos cresceu 15,9%; entre 26 e 40 anos, a alta foi de 4,6%, e até 25 anos, de 2,3%.

Em números absolutos, os idosos não são a maior fatia dos inadimplentes. Num universo de 71,4 milhões de brasileiros que estavam nessa condição em abril deste ano, eles somavam 12,8 milhões (ou 17,9% do total). Mas o grupo foi ampliado em 3,3 milhões de inadimplentes nos últimos quatro anos.

Outro fator é o maior acesso a financiamentos por meio do crédito consignado, aquela linha na qual a prestação do empréstimo é descontada diretamente da aposentadoria. “Em momentos de crise, como a recessão de 2015/2016 e agora na pandemia, normalmente os idosos acabam sendo solicitados a contribuir com o orçamento dos parentes mais jovens que perderam renda”, afirma o economista.

Luiz Rabi, economista-chefe da Serasa Experian, aponta dois fatores que levaram ao aumento expressivo do número de inadimplentes entre os idosos, tendo como pano de fundo a inflação e os juros em alta. O primeiro é a questão demográfica. Ou seja, o próprio envelhecimento da população brasileira fez com que essa faixa etária tenha crescido entre os inadimplentes.

Outro fator é o maior acesso a financiamentos por meio do crédito consignado, aquela linha na qual a prestação do empréstimo é descontada diretamente da aposentadoria. “Em momentos de crise, como a recessão de 2015/2016 e agora na pandemia, normalmente os idosos acabam sendo solicitados a contribuir com o orçamento dos parentes mais jovens que perderam renda”, afirma o economista.

O Estado de São Paulo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *