Como adaptar as cidades ao aumento da longevidade?

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No jornal português https://expresso.pt

Tomei conhecimento deste assunto através do coletivo Velhices Cidadãs. O gerontólogo Alexandre Kalache elogiou muito o conteúdo. São 2 vídeos com as entrevistas do fundador do movimento iberoamericano Stop Idadismo e de Catarina Roldão, coordenadora do projeto Memo-Move, da Câmara Municipal do Fundão, Portugal.

A declarações dos protagonistas de mais umas Conversas sem fim, dedicadas ao projeto do Expresso sobre longevidade
“Devemos ter medidas que ao longo das nossas vidas nos permitam envelhecer bem e em família, e continuarmos a participar na vida da comunidade, sendo socialmenete ativos”, sublinha José Carreira, fundador do movimento iberoamericano Stop Idadismo
“Os municípios têm que olhar para o envelhecimento de uma forma mais ajustada. Já existe algum interesse por parte das cidades, mas parece-me ainda insuficiente o que se está a fazer”, refere Catarina Rondão, coordenadora do projeto Memo-Move, da Câmara Municipal do Fundão

No site ArchDaily

As condições dos ambientes existentes fora de casa têm um papel essencial para assegurar a qualidade de vida não só de idosos mas de todos os moradores de uma cidade. Nesse sentido, a atenção dada às áreas construídas pode fazer toda a diferença entre alguém que participa da sociedade e quem fica isolado em sua residência, argumenta o gerente de políticas de habitação e transporte de uma das maiores instituições de caridade para o público mais velho do Reino Unido — a Age UK —, Joe Oldman, em matéria do The Guardian.

“Transporte coletivo acessível, pavimentos nivelados, lugares para sentar, remoção de riscos nos percursos, boa iluminação (nas ruas) e banheiros públicos são componentes vitais para incentivar os idosos a permanecerem envolvidos com seus bairros”, assinala. Por isso, o envelhecimento da população também deve ser considerado no planejamento urbano das localidades.

Mas o que torna um município bom para a população com mais idade e que estratégias podem ser adotadas para adaptar o espaço público para essa realidade que se configura?

Para responder a esses questionamentos e incentivar as localidades a acrescentarem esse debate na elaboração de suas políticas urbanas e se ajustarem às necessidades dos mais velhos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou a Rede Global de Cidades e Comunidades Amigas das Pessoas Idosas — que reúne 792 municípios globalmente, sendo 19 deles brasileiros, como Porto Alegre (RS), Balneário Camboriú (SC), Pato Branco (PR) e São José do Rio Preto (SP).

Além disso, foi lançado pela OMS o “Guia Global: Cidade Amiga do Idoso” com orientações sobre como os municípios devem ser pensados ou readequados para abranger as demandas de quem tem 65 anos ou mais, começando por ouvir o que esse grupo tem a dizer sobre como eles se apropriam e utilizam os ambientes urbanos. Um estudo avaliou 33 localidades de diferentes países — entre elas o Rio de Janeiro (RJ) — para investigar o assunto e chegar às recomendações presentes no relatório.

Lugares caminháveis e que facilitam o uso do transporte coletivo foram apontados como mais amigáveis para os idosos, pois permitem os deslocamentos e a independência desses habitantes. O documento da OMS destaca ainda que vias e prédios sem obstáculos e calçadas mais largas, sem buracos ou rachaduras e com meios-fios baixos são melhores para indivíduos mais velhos e acabam refletindo na decisão deles de ir a pé, de ônibus ou de metrô até os seus destinos. Vizinhanças seguras para a prática de atividades sociais e esportivas também impactam na qualidade de vida das pessoas com mais idade.

A proximidade do oceano — como a capital carioca com seus calçadões à beira-mar —, rios e de espaços verdes e limpos para passear e descansar é outra característica que deixa os municípios mais amigáveis para os idosos. (https://www.archdaily.com.br/br/981114/como-tornar-uma-cidade-amigavel-para-os-idosos)

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