Novo cálculo usado por médicos para medir gordura corporal revela que IMC está desatualizado
O método que tem como referência a medida da cintura e da altura é mais eficaz em predizer o risco de doenças como diabetes tipo 2, pressão alta, AVC e doenças cardíacas
Se a circunferência da cintura estiver acima da metade da altura, há aumento do risco de doenças cardiometabólicas. — Foto: Pixabay
Pois uma decisão inédita tomada recentemente pelo órgão de vigilância da saúde do Reino Unido (Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados), mudou o cenário. A prestigiosa instituição definiu que o IMC tinha sérios defeitos e instituiu que um segundo tipo de conta passasse a ser feita para complementar o resultado do IMC.
No Brasil, a nova conta não é oficialmente indicada, mas os médicos começam a utilizá-la.
— O IMC é uma medida fácil e bem conhecida, só que tem limitações porque não é capaz de analisar a composição corporal. Por exemplo, uma pessoa com muito músculo vai pesar mais e pode ter um IMC alto, mas estar muito mais saudável e em boa forma que uma pessoa com IMC e peso menor, mas que tem mais gordura acumulada, porque gordura pesa menos que músculo. Então é preciso usar duas medidas, complementares — diz a cardiologista Lilia Nigro Maia, diretora da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e professora da Famerp – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.
A recomendação para medir em si a circunferência da cintura não é exatamente nova. Diversas diretrizes de saúde, incluindo do Ministério da Saúde e da Associação Americana do Coração (AHA), alertam para a importância de medir a circunferência da cintura em qualquer avaliação de saúde. Mas até então, as principais formas utilizadas para era a relação cintura-quadril – medida que avalia o tamanho da cintura em comparação com o quadril – e a circunferência da cintura sozinha. Mas havia limitações.