Tão sábia aos 21 anos. Maria Fernanda, nota 1000 em Redação do Enem, prova que idade não é documento

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Ela treinava redação sem
analmente, para além das aulas teóricas

Catarinense Maria Fernanda Simionato Lemes, de 21 anos, teve nota máxima na prova e passou em Medicina. O segredo é saber argumentar, diz nota mil no EnemO Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) liberou nesta semana o acesso para candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 aos “espelhos” da redação, versões digitalizadas dos textos que entregaram no dia da prova.

Foi por meio da consulta na “página do participante” que Maria Fernanda Simionato de Lemes, de 21 anos, soube que alcançou os 1.000 pontos na redação do Enem. Natural de Maravilha (SC), ela passou no curso de Medicina da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), usando a nota do Enem. A estudante sempre quis cursar Medicina em uma universidade pública.

Para conferir a avaliação, é preciso fazer login com o CPF e a senha cadastrados no sistema. O espelho ficou conhecido como “vista pedagógica”, pois permite que os estudantes possam compreender os critérios de correção do texto e identificar onde podem melhorar e quais estratégias foram acertadas.

ESFORÇO. Desde 2018, quando concluiu o ensino médio, Maria Fernanda buscava a vaga. “Mesmo tendo aprendido bastante na escola sobre redação, meu texto ainda era muito bagunçado. Eu tinha dificuldade para organizar as ideias e argumentar”, afirma. “Não adianta saber escrever, tem de saber argumentar”, diz. Na primeira vez em que fez a prova do Enem, ela tirou 520 pontos. Com o passar dos anos e com a ajuda das aulas do cursinho, que fez em Porto Alegre (RS), Maria Fernanda foi ganhando experiência. Para ela, o que mais contribuiu para o sucesso foi a prática. “O mais importante é fazer redação. Assim, você vai encontrar suas falhas e ver onde precisa melhorar”, afirma. Ela treinava redação semanalmente, para além das aulas teóricas.

Ter repertório, estar por dentro de atualidades e ler bastante também foram fatores fundamentais. Ela conta que sempre gostou de ler artigos de opinião e notícias. “Isso vai ajudar a construir a defesa e a formar a própria opinião. Quando a gente tem isso, somos capazes de escrever sobre qualquer coisa”, diz. O incentivo da família também foi importante. Ela aprendeu a valorizar a leitura com os pais, desde a infância.

Ao escrever o texto, cujo tema foi “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, a estudante caprichou na argumentação e na estrutura do conteúdo, abordando tanto os obstáculos para o reconhecimento da importância de populações nativas brasileiras como fatores que podem contribuir para contornar esse problema. Para a catarinense, a grande dificuldade foi seguir em frente após um resultado negativo. Ela tinha receio de acabar não passando no vestibular para Medicina. Motivada, ela seguiu tentando até que conseguiu a nota 1.000. “Parecia impossível alcançar a nota máxima. Fiquei muito surpresa”, diz.

O Estado de São Paulo

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