Cerca de 200 programas para idosos nas universidades abertas; e 11 milhões de analfabetos

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A educação continuada, além de ser um direito, melhora a saúde das pessoas, reduzindo os gastos públicos com tratamentos médicos e hospitalares. Existem no Brasil mais de 200 programas e projetos de extensão voltados para o ensino dos maiores de 60 anos. É o caso das universidades abertas da terceira idade, que oferecem cursos de graduação e atividades esportivas. Graças aos avanços da ciência e da medicina, as pessoas estão vivendo cada vez mais tempo. O Brasil já tem cerca de 30 milhões de homens e mulheres com 60 anos de idade ou mais. Esses 13% da população devem dobrar nas próximas décadas, segundo a projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE.

Segundo censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais de 11 milhões de brasileiros são analfabetos. Desses, mais da metade são pessoas com 60 anos ou mais, correspondendo a uma média de seis milhões de idosos que não sabem ler e nem escrever. A situação é mais crítica quando são analisadas as pessoas pretas ou pardas que moram nas regiões norte e nordeste do país.
A taxa de analfabetismo entre pessoas idosas é três vezes maior se comparada à faixa etária jovem. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: Educação 2019, a última realizada, a taxa de analfabetismo entre idosos da região Nordeste é de 37,20% e no Norte é de 25,50%, em comparação a 10% das regiões Sul e Sudeste. Esses números mostram a realidade de um país desigual, onde o Norte e Nordeste possuem maior dificuldade no acesso à educação em relação às outras regiões.
O Plano Nacional de Educação (PNE) foi sancionado no Congresso em 2014 e prevê o cumprimento de diversas metas até 2024 – até o momento, nenhuma foi alcançada. Uma delas é a erradicação do analfabetismo até 2024.

O processo começou com a intenção de atingir 93,5% de toda a população com mais de 15 anos alfabetizada até 2015, mas o número só foi alcançado em 2020. O alfabetismo funcional cresceu em vez de regredir: passou de 27% da população, de 15 a 64 anos, em 2015, para 29% em 2018, quando o propósito era uma redução de 13,5% em 2024.
A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados aprovou em dezembro de 2021 um Projeto de Lei que reserva vagas para educação básica para pessoas idosas. O projeto tem o intuito de estimular a retomada dos estudos para a conclusão da educação básica.

Muitos têm vergonha de não saber ler e escrever, mas também, muitas vezes, sentem que já passaram da idade de aprender. Fato é que tal iniciativa ajuda essa parcela da população a entender que o conhecimento é constante e que eles podem se alfabetizar mesmo após os 60 anos de idade.

O Japão está entre os países com a maior longevidade no mundo e tem várias universidades e instituições que desenvolvem programas de educação para os idosos. É o caso dos programas realizados na província de Shiga, próxima de Kioto.

agências Senado, Câmara, SBGG, e jornais online

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