2018, Grã-Bretanha: Idadismo custou US$ 850 bilhões

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Na última edição da “Generations Today”, publicação da Sociedade Americana para o Envelhecimento (ASA, em inglês), o tema foi a discriminação contra os trabalhadores mais velhos. Em 2020, 78% dos norte-americanos maduros haviam presenciado ou sido vítimas de etarismo no ambiente profissional, segundo pesquisa da AARP, entidade que reúne cerca de 38 milhões de aposentados. No Brasil, de acordo com a consultoria Hype50+, 39% daqueles acima dos 55 anos se sentem descartados pelo mercado de trabalho, mas metade da mão de obra brasileira terá mais de 50 anos até 2040!

Nos EUA, a Equal Employment Opportunity Commission é uma comissão para garantir oportunidades iguais para todos e inclui quem tem mais de 40 – sim, o problema começa cedo! – para proteger essa mão de obra experiente que, no entanto, vem sendo preterida em contratações, benefícios e promoções. Em 2020, a comissão recebeu mais de 14 mil reclamações de discriminação por idade, tendo conseguido 76 milhões de dólares em compensação para os reclamantes. Os dados mostram que o preconceito não está concentrado num determinado setor e o fato de estar tão disseminado faz muito mal à economia: de acordo com The Economist Intelligence Unit, braço da revista britânica dedicado a pesquisas, cerca de 850 bilhões de dólares foram perdidos em produtividade, somente em 2018, por causa do idadismo, etarismo ou ageísmo (sinônimos).

Em entrevista a este blog (Longevidade, Modo de Usar), a economista Ana Amélia Camarano já havia alertado para a inatividade dos homens entre 50 e 64 que são empurrados para fora do mercado, ficam à margem da Previdência e se veem numa situação de risco social. A situação ainda é pior para as mulheres, que enfrentam o preconceito de gênero e de idade. O interessante é que, em 90% das empresas brasileiras, os gestores acreditam que os profissionais acima dos 50 demonstram maior equilíbrio, mas apenas 11% delas mantêm programas de contratação de mão de obra sênior, aponta levantamento do Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas (FGV-Eaesp).

Quando os seniores cada vez mais numeroso graças ao aumento na expectativa de vida, perdem o emprego ou aceita uma posição inferior, o consumo se retrai e o país perde na geração de riqueza. No artigo norte-americano, são listadas algumas iniciativas para dar fim ao desperdício desse capital humano. A primeira delas é reconhecer que a discriminação existe e rever as práticas de contratação, para alimentar um ambiente inclusivo. 

Compacto do artigo “Quanto custa o preconceito…”https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2022/02/17/quanto-custa-o-preconceito-contra-os-trabalhadores-mais-velhos.ghtml

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